terça-feira, 8 de setembro de 2009

O rock psicodélico e a força do punk

Por que apenas quatro ou cinco caras tocando no palco? No fim dos anos 60, algumas bandas acharam que era hora de dar mais ao público. Para essa turma, o rock não tinha limites musicais ou visuais.

O Pink Floyd nasceu em berço universitário. Roger Waters e dois colegas do curso de arquitetura se reuniram com um estudante de arte de Cambridge: Syd Barret.

Luzes e música do Floyd foram combinados com a droga em alta naquele momento: o LSD, o ácido lisérgico. O rock na fase psicodélica.

Letras sobre vida moderna, dinheiro, guerra. Um clássico do rock: Dark Side of the Moon. Com "Money" e outros sucessos, o disco vendeu milhões. Os caras viraram superstars do rock.

“Depois do Dark Side queria me afastar do visual do show abstrato então comecei a usar filmes, para enfatizar a mensagem", diz Roger Waters, baixo e voz Pink Floyd.

The Wall, 1979. O Pink Floyd chegou a construir um muro no palco.

Rock, arte e filme, tudo junto. A gente precisa voltar na linha do tempo para falar do Velvet Underground.

"Diziam que o Velvet Underground vendeu poucos discos, mas quase todo mundo que comprou, saiu da toca e formou uma banda", declara o crítico de rock Charles Shaar Murray.

Em Londres, David Bowie estava ligado. David Bowie: "O Velvet era, eu achava, o som mais incrível, tipo uma mistura de rock e vanguarda... E a combinação era tão brutal", declara o músico.

Aí o Bowie criou um alter-ego, um personagem: Ziggy Stardust. Starman transformou Bowie em estrela. A Ziggymania foi uma febre na Inglaterra!

O Genesis foi criado por quatro colegas. "A gente era muito sem graça de se olhar. A gente entendeu de cara que nos parecíamos com todo mundo", comenta Phil Collins, baterista / Genesis.

Peter Gabriel percebeu: o Genesis precisava se reinventar. “Então houve um silêncio mortal quando apareci e pensei: isto é interessante, vou fazer mais disso", conta Peter Gabriel, vocalista da formação original do Gênesis.

No final dos anos 70, o movimento punk propôs uma volta ao básico. Para falar sobre essa revolução, o jornal hoje convidou o Clemente, vocalista da banda Inocentes e desde 2004 também da Plebe Rude.

Três acordes, nada de solos... Quanto mais cru e direto, melhor. O punk rock nasceu em Nova York e depois incendiou Londres.

Um quarteto fez seus primeiros shows numa quebrada de nova york. O clube se chamava CBGB. E a banda, Ramones.

"Na primeira vez que ouvi os Ramones, eles tocaram umas 16 músicas em 12 minutos, ou será que foram12 músicas em 16 minutos?”, pergunta Bob Gruen, fotógrafo.

"A gente escrevia sobre coisas que nos afetavam diretamente. A música dava vazão para as frustrações, soltava a agressividade", declarou em 1993, Joey Ramone, vocalista / Ramones.

O CBGB, espécie de escola do punk de Nova York, projetou nomes como Patti Smith e Richard Hell , músico da banda Television que em sua carreira solo chamou a atenção pelo visual, pela música intensa e a letra cheia de descrença de "Blank generation", geração em branco.

A Inglaterra esta em crise nos anos 70 e um grupo bancado pelo empresário Malcolm McLaren cantou sopbre e para esta geração que se sentia sem futuro, Sex Pistols.

“Eram assuntos nunca discutidos, só em pensar na família real como tema de música em qualquer circunstância era um tabu, um crime”, diz John Lydon / Pistols.

A moda, a atitude, a ideia do "faça você mesmo" já estavam no ar, explosão punk, explosão criativa.

“Todo mundo estava pegando uma guitarra eu peguei uma câmera super 8 e me reinventei como cineasta. Os filmes super 8 só duravam uns três minutos, infelizmente para mim tudo o que os punks tinham a dizer cabiam em três minutos", comenta Don Letts, cineasta.

Entre os que ouviram Ramones e testemunharam os primeiros shows dos Pistols, estava o pessoal do The Clash .

De Londres para o mundo, som agressivo, letras militantes, mas nada de sectarismo musical.



Fonte: Está matéria foi divulgada no Jornal Hoje ( da Rede Globo), baseada no material da série Seven Ages Of Rock, uma produção da BBC.

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